As plantas consideradas daninhas têm sido alvo frequente de eliminação de sua existência na cidade e no campo. Entretanto, elas desenvolveram ao longo do tempo mecanismos de sobrevivência em condições inóspitas. Estas espécies são as primeiras a ocuparem solos degradados, onde outras não conseguem se desenvolver, sendo assim responsáveis pela manutenção da vida deste solo, para que possa receber com o passar do tempo outras espécies, proporcionando a reconstituição da flora nativa.
Ao pesquisar a fisiologia das plantas daninhas e a história de vida de mulheres que foram presas, torturadas ou assassinadas por defenderem suas ideias e ideais e que consideradas danosas à sociedade em que viviam, observamos convergências nas características da forma de existir de ambas.
Estas mulheres daninhas lutaram pela igualdade entre gêneros, pelo direito a terra, por condições dignas de vida, pela justiça social e pela preservação ambiental. A forma de existir destas mulheres é testemunho de uma ecologia de resistência e resiliência nesta sociedade patriarcalista, machista, heteronormativa e euro-centrada, que se assemelha à ecologia das plantas daninhas que se adaptam e resistem ao agronegócio, desmatamento, industrialização e urbanização, sistemas estes constituídos de forma irracional ao equilíbrio ecológico e à justiça socioambiental.
Estas mulheres daninhas, muitas vezes, tiveram sua presença apagada nos relatos históricos, especialmente como protagonistas, depreciando a mobilização feminina, assim também as plantas daninhas são apagadas/retiradas dos canteiros e das monoculturas.
A pesquisa bibliográfica demonstrou convergências nas ecologias de mulheres e plantas consideradas daninhas numa perspectiva decolonial. Estas convergências, expressas imageticamente, mostram como elas, mulher e planta, são: libertárias, insurgentes, adaptativas, mestiças, fortes, colaborativas, andantes, solidárias, ousadas, entre tantas outras características que as unem e as nutrem. Utilizando como processo operatório o registro fotográfico produzimos composições onde encontramos:
- Folha in natura da planta daninha (de acordo com "Manual de Identificação e Controle Plantas Daninhas" Lorenzi, 2014) encontrada nos terrenos baldios e pintadas com tinta Urucum;
- Decalque da folha da correspondente espécie vegetal Taro (Colocasia esculenta), Comigo-Ninguém-Pode (Dieffenbachia picta), Embaúba (Cecropia peltata), Taioba (Xanthosoma sagittifolium), Samambaia Chinesa (Pteris vitata) e Mamona (Ricinus communis) sobre pó de sementes de Urucum, evidenciando suas características botânicas;
- Características ecológicas convergentes entre mulheres e plantas daninhas, escritas em arame usado em cercamento de terrenos.
Não é possível enfrentar as mudanças climáticas e a injustiça social sem incorporar estas características às sociedades como um todo, sem incorporar o outro, seja ele planta, bicho, pedra, gente, no processo de (r)existência e resiliência, afinal, tudo no mundo se mistura e se produz na mistura.
Ao pesquisar a fisiologia das plantas daninhas e a história de vida de mulheres que foram presas, torturadas ou assassinadas por defenderem suas ideias e ideais e que consideradas danosas à sociedade em que viviam, observamos convergências nas características da forma de existir de ambas.
Estas mulheres daninhas lutaram pela igualdade entre gêneros, pelo direito a terra, por condições dignas de vida, pela justiça social e pela preservação ambiental. A forma de existir destas mulheres é testemunho de uma ecologia de resistência e resiliência nesta sociedade patriarcalista, machista, heteronormativa e euro-centrada, que se assemelha à ecologia das plantas daninhas que se adaptam e resistem ao agronegócio, desmatamento, industrialização e urbanização, sistemas estes constituídos de forma irracional ao equilíbrio ecológico e à justiça socioambiental.
Estas mulheres daninhas, muitas vezes, tiveram sua presença apagada nos relatos históricos, especialmente como protagonistas, depreciando a mobilização feminina, assim também as plantas daninhas são apagadas/retiradas dos canteiros e das monoculturas.
A pesquisa bibliográfica demonstrou convergências nas ecologias de mulheres e plantas consideradas daninhas numa perspectiva decolonial. Estas convergências, expressas imageticamente, mostram como elas, mulher e planta, são: libertárias, insurgentes, adaptativas, mestiças, fortes, colaborativas, andantes, solidárias, ousadas, entre tantas outras características que as unem e as nutrem. Utilizando como processo operatório o registro fotográfico produzimos composições onde encontramos:
- Folha in natura da planta daninha (de acordo com "Manual de Identificação e Controle Plantas Daninhas" Lorenzi, 2014) encontrada nos terrenos baldios e pintadas com tinta Urucum;
- Decalque da folha da correspondente espécie vegetal Taro (Colocasia esculenta), Comigo-Ninguém-Pode (Dieffenbachia picta), Embaúba (Cecropia peltata), Taioba (Xanthosoma sagittifolium), Samambaia Chinesa (Pteris vitata) e Mamona (Ricinus communis) sobre pó de sementes de Urucum, evidenciando suas características botânicas;
- Características ecológicas convergentes entre mulheres e plantas daninhas, escritas em arame usado em cercamento de terrenos.
Não é possível enfrentar as mudanças climáticas e a injustiça social sem incorporar estas características às sociedades como um todo, sem incorporar o outro, seja ele planta, bicho, pedra, gente, no processo de (r)existência e resiliência, afinal, tudo no mundo se mistura e se produz na mistura.
Colocasia esculenta Libertária inspiração
Dieffenbachia picta Oscilante destino
Cecropia peltata Planetária mestiçagem
Xanthosoma_sagittifolium Cósmica insurgência
Pteris vitata Reverdescente regeneração
Ricinus communis Rústica Elegância